Direitos humanos e riscos ambientais
ganham reforço na cadeia de suprimentos

A Volkswagen do Brasil reforçou sua atuação na cadeia de suprimentos em 2022, realizando mais de 60 auditorias ambientais. Em outubro, a certificação ISO 14.001 passou a ser obrigatória para a nomeação de fornecedores com mais de 100 funcionários. A empresa promoveu também a 1ª Jornada ESG da Cadeia de Suprimentos, uma série de 4 workshops para mais de 200 parceiros, que abordou questões ambientais, sociais e de compliance, com sugestões de implementação de ideias simples e baratas em sustentabilidade. A jornada destacou ainda ações inclusivas de gênero, sexualidade e raça na cadeia de suprimentos automotivos, trazendo as melhores práticas da VW e de seus parceiros de negócios para o debate.

Outro ponto de destaque foi o início dos efeitos da nova Lei de Verificação da Cadeia de Fornecedores (LKSG), que entrou em vigor na Alemanha em 2023 e prevê medidas de controle e verificação de aspectos ambientais, trabalhistas e de direitos humanos para toda a cadeia de fornecimento, de modo que todas as fábricas do Grupo tiveram que se preparar para o novo cenário ao longo de 2022.

De forma complementar, a empresa realizou diversos treinamentos internos e reforçou a equipe para atuar em compliance de sustentabilidade e no cumprimento de regras globais na cadeia de suprimentos. Com isso, o pilar social aplicado aos parceiros de negócios ganhou ainda mais relevância na Volkswagen.

Contexto adverso

Em 2022, a Volkswagen do Brasil continuou a sofrer com a falta de semicondutores, assumindo o desafio de programar a produção de veículo em um cenário imprevisível de abastecimento de peças. Esse cenário se refletiu na produção de veículos incompletos, com o foco da empresa em manter as fábricas em operação e uma parcela dos veículos aguardando a chegada das peças. Para mitigar o contexto instável, a VW apostou na flexibilidade, alterando o mix de produtos em produção e, principalmente, desenvolvendo componentes e buscando fornecedores alternativos para garantir os volumes previstos para o ano.

Q Day Supplier aposta em tecnologia e inovação

O 18º Q Day Supplier reuniu 55 fornecedores estratégicos de peças para debater estratégias de inovação, novas tecnologias, otimização de custos e entregas dentro dos prazos adequados para garantir a satisfação dos clientes. A agenda incluiu apresentações sobre novos cenários na cadeia de fornecimento global, desafios logísticos, descarbonização, transformação cultural, conectividade, novos produtos, inovações em qualidade e o programa Supply Base Improvement Plan (saiba mais no box abaixo). Durante o evento, alguns fornecedores foram convidados a assinar acordos de qualidade com metas definidas para 2023.

Supply Base Improvement Plan entra em nova fase

Criado em 2019 para manter a sinergia e o alto nível do trabalho de fornecimento à Volkswagen do Brasil, o Supply Base Improvement Plan lançou em 2022 uma nova edição. Anteriormente, o programa buscou recuperar fornecedores que estavam em situação de veto a novos projetos. O objetivo agora é disponibilizar a estrutura de Compras e de Qualidade da Volkswagen como consultoria, prestada gratuitamente aos fornecedores em 2022.

25 fornecedores conquistam classificação A
em auditoria de processos

A Volkswagen do Brasil, ao lado de outras duas marcas do Grupo VW (Scania e Volkswagen Truck & Bus) reconheceu 25 fornecedores estratégicos com a classificação A, a maior na auditoria de processos VDA 6.3 (Verband der automobilindustrie – União das Indústrias Automotivas), sistema prestigiado no setor automotivo.

Para receber a certificação VDA 6.3, as empresas parceiras passaram por auditoria global. Essa avaliação foi desenvolvida por empresas alemãs, entre as quais a Volkswagen, e estabelece requisitos de qualidade para garantir processos robustos e excelência nos produtos em todos os níveis da cadeia de fornecimento, eliminando desperdícios e garantindo a alta qualidade.

Back On track

Para estreitar a relação da Volkswagen com a rede de parceiros, a área de Suprimentos desenvolveu o programa Back on Track. Uma das iniciativas encabeçadas pelo programa foi o Conselho de Fornecedores, que a cada semestre reúne CEOs, presidentes e diretores de nove parceiros estratégicos com grande influência no setor automotivo. Nos encontros foram debatidos os desafios da indústria, incluindo a crise de abastecimento de semicondutores e outras peças; visões de mercado – do setor automotivo, da economia e política do País –, ESG e descarbonização. Os fornecedores apresentaram também suas percepções sobre a VW e o relacionamento com a empresa, visão de futuro e sugestões de estratégias conjuntas.

As cinco etapas do programa de
desenvolvimento de fornecedores

A Volkswagen do Brasil tem, desde 2019, um sistema para a seleção de fornecedores – Sustainability Rating (Avaliação de Sustentabilidade) – que estabelece critérios para atender aos padrões de condutas ambientais, sociais e de compliance da empresa.

Para integrar a rede de parceiros VW, todos passam por uma avaliação em cinco etapas:

1

Inputs (entradas)

Identificação dos potenciais fornecedores por meio da avaliação dos indicadores de qualidade, logística, engenharia e sustentabilidade.

2

Awareness (acordo)

Contato com o fornecedor para detalhar um possível plano de desenvolvimento. Havendo o aceite, são definidos as metas, procedimentos e o escopo do projeto.

3

Assessment (avaliação)

Elaboração do Mapa do Fluxo de
Valor Atual da peça ou processo
previamente definido.

4

Workshop
(oficinas de trabalho)

Visa avaliar o processo produtivo buscando otimizações e, com isso, construir um Mapa do Fluxo de Valor Otimizado.

5

Implementation
(implementação)

Fase na qual se concretiza o processo otimizado, realizando o follow-up para implementação das ações de melhoria identificadas.

Perfil de fornecedores

(GRI 3-3, 2-6, 204-1)

Os processos de compra da Volkswagen do Brasil são orientados pelos princípios éticos do Código de Conduta e da cartilha de Melhores Práticas para Aquisição de Bens e Serviços, documento que apresenta as normas de suprimentos vigentes na empresa, bem como a forma de conduzir a negociação e eventual contratação direta de um fornecedor, levando em consideração os aspectos ESG (ambiental, social e de governança), bem como as questões econômicas do negócio, utilizados como critérios de nomeação de novos fornecedores.

Anualmente, são realizados workshops, treinamentos e auditorias  com a cadeira de fornecedores a fim de assegurar as melhores práticas e o cumprimento das instruções estabelecidas nas condições gerais de Compras. Esse diálogo com as empresas é usado para promover ações preventivas e mitigar os impactos negativos (reativo). Além disso, a Volkswagen conta com o processo de Grievance, que funciona como um canal de denúncias e tem como objetivo verificar possíveis violações aos direitos humanos e ao meio ambiente por parte de fornecedores diretos e indiretos do Grupo.

A gestão das práticas de Compras é mantida por meio da avaliação dos fornecedores no questionário SAQ 5.0 (Self Assessment Questionnaire), metodologia global de seleção de fornecedores pela análise de requisitos de sustentabilidade, na qual se avalia critérios ambientais, sociais e de compliance. Atualmente, a Volkswagen do Brasil possui 67% de seu turnover com rating “A” de sustentabilidade, um salto considerável comparada a 2021, quando registrava 47% do valor faturado com rating “A” no indicador. O objetivo é atingir 85% com a classificação máxima até 2025.

No processo de seleção das empresas, a VW busca oferecer oportunidades a pequenos e médios fornecedores – desde que estejam devidamente cadastrados no processo de LDB (Liferant Date Base) –, incentivando a economia do País e o desenvolvimento social. Em 2022, os fornecedores localizados no Brasil representaram 83% dos custos com compras da montadora (veja quadro abaixo). Novas metodologias internas estão sendo implementadas para que, nos próximos anos, ocorra uma maior representatividade no processo de localização, visando a redução de custos.

Em dezembro de 2022, o Grupo Volkswagen realizou alterações no seu critério de seleção de fornecedores para se adequar à nova lei alemã de due diligence (LKSG) que diz respeito a temas ligados à sustentabilidade na cadeira de suprimentos, incluindo a proteção ambiental, princípios e diretrizes anticorrupção e a conformidade com os padrões sociais, especialmente os direitos humanos, em suas atividades comerciais e em toda a cadeia de valor. A partir disso, a empresa implementou um procedimento complexo de verificação e investigação por diligência (levantamento detalhado de informações e documentos), com o objetivo de mapear, monitorar e mitigar riscos futuros e próximos. Como meta para 2023, a Volkswagen do Brasil atualizará todos as políticas e procedimentos de sustentabilidade na cadeia de suprimentos, visando contemplar as diretrizes dispostas na LKSG.

Gastos com fornecedores locais¹

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Nota de rodapé:

1Dados referentes às quatro fábricas da Volkswagen do Brasil e o Centro de Peças e Acessórios. São classificadas como locais todas as peças produzidas em fábricas brasileiras, assim como bens e serviços fornecidos.

Avaliação ambiental de fornecedores

(GRI 308-1, 308-2)

O processo de avaliação ambiental de fornecedores da Volkswagen do Brasil segue a Política Ambiental e de Energia do Grupo VW, que tem como princípio o atendimento à legislação e normas aplicáveis, além da melhoria contínua do Sistema de Gestão de Compliance Ambiental e de Energia (SGCAE) e do desempenho ambiental e energético da empresa e de sua cadeia de fornecedores. Esse processo é complementar ao Sustainability Rating, que avalia os critérios ESG (Ambiental, Social e de Governança) dos fornecedores antes de sua nomeação. Os critérios e informações sobre essa sistemática são mencionados no Manual de Cadastro para Novos Fornecedores.

A avaliação ambiental de fornecedores é realizada por meio de auditoria documental e/ou in-loco. Os fornecedores classificados com risco ambiental crítico, ou seja, aqueles identificados com impactos ambientais significativos e negativos, foram comunicados quanto à necessidade de ações corretivas e preventivas em um prazo acordado. Paralelamente, as áreas de Suprimentos e Operacionais receberam o resultado pelo setor de Gestão Ambiental, para acompanhar as ações realizadas e, se necessário, buscar novos fornecedores compatíveis com as exigências da Volkswagen do Brasil, especificadas nas Condições Gerais de Compras. Já os fornecedores com melhor desempenho foram convidados para participar de workshops de sustentabilidade na empresa, apresentando seus cases de sucesso.

A empresa audita os fornecedores “Tier 01” e “Não Produtivos Críticos” (transporte e tratamento de resíduos e efluentes), potenciais e ativos. Para os fornecedores ativos, a empresa adota critérios de escolha como: empresas cuja atividade tem alto potencial poluidor (ex.: fundição, galvanoplastia, usinagem, incineradores, aterros etc.); fornecedores estratégicos ou insolventes; e as solicitações feitas por outras áreas. Dentro do novo processo de avaliação, a Volkswagen trabalha em parceria com os fornecedores, a fim de auxiliá-los em recuperações de rating.

A periodicidade e frequência de uma nova auditoria é definida pelo grau de risco do fornecedor, desse modo, Volkswagen avalia a necessidade e a possibilidade de programar a auditoria em campo.

Referente à emissão de CO2 por parceiros de negócios, a VW tem alinhado globalmente medidas de verificação dos índices de emissões em todo o ciclo de vida do produto. Paralelamente a esse procedimento, a Volkswagen do Brasil realiza discussões com os parceiros cujo produto representa maiores índices de emissões, trabalhando detalhadamente o mapeamento da produção das partes e peças fornecidas e discutindo projetos pontuais de redução de emissões.

Novos fornecedores selecionados com base em critérios ambientais

(GRI 308-1)

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Nota de rodapé:
¹Redução dos números de fornecedores cadastrados e contratados devido à estratégia de consolidação

Fornecedores com impactos ambientais negativos potenciais e reais

(GRI 308-2)

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Nota de rodapé:
1Os fornecedores avaliados estão localizados no Brasil. Aqueles considerados críticos estão localizados, em sua maior parte, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. 
2Os impactos considerados na avaliação ambiental são: não possuir documentação ambiental (Licença Ambiental, AVCB, Ibama, Produtos Controlados, Certificado ISO 14001, Outorga de Recursos Hídricos, relatórios e avaliações que demonstram atendimento à Licença Operacional); não estar em conformidade com a legislação vigente sobre gestão de resíduos, efluentes, emissões atmosféricas e no monitoramento de ruído e vibração; além disso, possuir passivos ambientais ou autos de infração e ações civis públicas. Com a revisão procedimental realizada em 2020, que estabelece que os fornecedores reprovados sem envio da documentação sejam submetidos a sistemática de escalação interna em Compras, caso o fornecedor não envie a documentação, ele é bloqueado para novos negócios no Grupo VW.

Houve um aumento no número de fornecedores com impactos ambientais reais e potenciais negativos. Isto se deu, na maioria dos casos, por falta de documentação legal exigida para manter as operações (ex: licença de operação, requisito mínimo para aprovação do fornecedor). Atualmente, fornecedores reprovados sem envio da documentação são submetidos a uma sistemática de escalação interna em Compras, o chamado processo de Grievance. Caso o fornecedor não envie a documentação, ele é bloqueado para novos negócios com o Grupo VW.

Vale destacar que em 2022 foram realizadas mais auditorias, aumentando, consequentemente, a eficiência desse processo. Com isso, a avaliação se tornou mais robusta e imparcial, detectando um número maior de riscos na cadeia de fornecimento.

 

Impactos sociais

(GRI 2-27, 408-1, 409-1, 414-1, 414-2)

A Volkswagen foi a primeira empresa do setor automobilístico brasileiro a exigir a responsabilidade social de seus fornecedores. Eles precisam assinar contratos de “Condições Especiais de Compra para Fornecimento Sustentável” e “Condições de Sustentabilidade” que, entre as cláusulas, estabelece o compromisso da erradicação do trabalho infantil e escravo.

A empresa atua em linha com convenções  e  diretrizes  internacionais  que  visam  à  valorização  da  ética,  do  respeito  aos  direitos  humanos e da transparência empresarial, em especial a Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho (saiba mais no capítulo Estratégia e Gestão). A difusão da LKSG (nova lei alemã de due diligence) na cadeia de fornecedores,  prevista para 2023, é uma das formas de fortalecer a transparência e fiscalizar violações de sustentabilidade continuamente.

Os requisitos ESG da Volkswagen do Brasil são comunicados aos fornecedores por meio da Cartilha de Sustentabilidade nas Relações com Fornecedores e a Política de Compliance da montadora orienta as rotinas de verificação dos parceiros de negócios para assegurar que as diretrizes sejam cumpridas. Esses critérios sociais foram determinantes para 100% dos novos fornecedores contratados pela empresa em 2022. 

Em todas as auditorias realizadas pela VW, seja no escopo da qualidade (V.D.A 6.3), da gestão ambiental (ISO 14001) ou de sustentabilidade (S-Rating ou análise pela Intertek), são observadas se há práticas de trabalho infantil real ou potencial no local de visita.  Dos 204 fornecedores avaliados em 2022, nenhuma operação foi identificada como de risco significativo para a ocorrência de trabalho infantil ou análogo ao escravo, tampouco de descumprimento à legislação trabalhista.

Caso seja detectado algum impacto real ou potencial negativo, o Grupo possui uma metodologia específica para tratar o desvio, o “Grievance Mechanism”, que funciona como um canal de denúncias e tem como objetivo verificar possíveis violações aos direitos humanos e ao meio ambiente por parte de fornecedores diretos e indiretos, com medidas cabíveis após a apuração dos fatos.

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